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D. Sancho II
D. Sancho II

Sancho II

 

D. Sancho II de Portugal (cognominado O Capelo por haver usado um enquanto criança; alternativamente conhecido como O Pio ou O Piedoso), quarto rei de Portugal, nasceu em Coimbra em mês e ano incertos, crê-se que em 1210, filho do rei Afonso II de Portugal e de D. Urraca de Castela.

Sancho II viria a chefiar um reino que atravessava uma profunda crise económica que já se tinha feito sentir nos tempos do seu avô Sancho I, devido a uma série de factores conjunturais e locais, como as más colheitas e consequente subida de preços e fome, ou a escassez dos frutos de pilhagens e saques a potências inimigas nos últimos anos do seu reinado. Daí que em 1210 tenhamos registo de Sancho I, juntamente com Vasco Mendes, terem recorrido à pilhagem da quintã de um dos seus próprios paisanos, Lourenço Fernandes da Cunha, para enriquecer os cofres reais. Esta acção não parece ter sido isolada, e virá a repetir-se, seguindo o exemplo real.

Neste ano conturbado crê-se ter nascido Sancho II, provavelmente entre os dois últimos meses. O jovem Sancho esteve, pelo menos durante esses primeiros anos do reinado de Afonso, debaixo da tutela dos seus vassalos Martim Fernandes de Riba de Vizela e Estevainha Soares da Silva, casal nobre ligado por parentesco aos Sousa e aos de Lanhoso. Martim tinha sido alferes do rei em 1203, posição que manterá até à morte deste, para subir, com Afonso II, ao mordomado, no mesmo ano em que este assume a Coroa.

Parece contudo morrer em 1212, deixando Sancho, que não podia ter mais de 2 anos, a cargo de sua mulher Estevainha.

 Em 1213, através de uma doação feita por Estevainha a um mosteiro, sabemos que o jovem Sancho se encontrava doente. Embora, não se saiba ao certo, é provável que Sancho tenha sido criado em Coimbra, e que sua ama tenha sido Teresa Martins, filha de Estevainha.

No verão de 1222, Afonso II já não confirma os diplomas por sua mão, uma manifestação inequívoca de incapacidade, e Sancho, o infante herdeiro, estava ainda a um ou dois anos da idade para reinar.

 Numa perspectiva destas, o futuro do reino português era, a um ano da coroação de Sancho II, incerto, pelo menos o da linha de Afonso II.

Façamos referência ainda a Martim e Pedro Sanches, um o filho bastardo de Sancho I; o outro seu meio-irmão. O primeiro tinha feito uma investida militar contra Braga e Guimarães, desbaratando a hoste real em 1220 e assim dando o exemplo para que, em Junho de 1222, Afonso IX de Leão tomasse o castelo de Santo Estêvão de Chaves, o segundo foi promovido na corte leonesa aquando da morte do seu irmão Afonso II.

A ambos foram doadas terras muito perto das fronteiras portuguesas, e ambos representaram uma ameaça permanente nesta conjuntura para a sobrevivência independente do então ainda jovem reino português.

Sancho II é coroado na Primavera de 1223, seu pai Afonso II morre excomungado por Honório III.

Começava já com o pé esquerdo, visto que era filho de um casamento que ia contra a lei canónica (Afonso II e Urraca de Castela - e que era menor, não tendo ainda atingido os catorze anos e possivelmente nem os 13).

Uma linha de argumento, utilizada por exemplo por Honório III em correspondência com o monarca, leva em consideração a idade tenra e primeira adolescência de Sancho II e realça o papel corruptor dos seus conselheiros régios. Tornar-se-á um dispositivo recorrente nos discursos sobre Sancho produzidos, muito para além dos primeiros anos do seu reinado. Tanto um artifício como o outro visam desculpabilizá-lo, ou simplesmente fazê-lo sobressair como fraco e incapaz de reinar.

Contrariamente ao que durante muito tempo a historiografia tradicional portuguesa se esforçou por indicar, Sancho II não era um capaz chefe militar, e nem participou de forma activa das conquistas que se deram ao longo do Guadiana a partir do ano de 1230. O castelo de Elvas aparenta ter sido tomado "pela graça do salvador", portanto sem a intervenção de Sancho, ocupado quase que por sorte, sem confronto militar. Este padrão repetir-se-á, por exemplo, com Beja.

De certa forma, a reconquista é impulsionada pelo Papa Gregório IX, que, em 1232, concede a Sancho que não pode ser excomungado sem mandado especial da Santa Sé, desde que persista na guerra contra os sarracenos, e que portanto nenhum dos seus bispos o possa excluir da comunidade cristã.

 Estas absolvições continuaram, inseridas em contexto de graves conflitos entre o rei e o clero português.

Embora várias cidades no Algarve e no Alentejo tenham sido conquistadas durante o reinado de Sancho II, este trabalho é protagonizado quase exclusivamente pelas Ordens Militares, como a Ordem de Santiago, que recebeu como pagamento dos serviços prestados diversas povoações, tais como Aljustrel, Sesimbra, Aljafar de Pena, Mértola, Aiamonte e Tavira, facto que porá Sancho cada vez mais dependente delas.

Concentra-se em utilizá-las também para povoar as regiões desertas, outra missão pontifícia, doando-lhes terras e castelos à medida que vão conquistando. Foram emitidas, em 1234 e 1241, bulas papais de Cruzada para o reino de Portugal.

Em 1241, Sancho casa com Mécia Lopes de Haro.

A 16 de Agosto de 1234, Sancho II é excomungado, pelo mesmo comité de juízes pontifícios que lançara o Interdito em 1231, reunido em Ciudad Rodrigo. Era a consequência natural da Bula Si quam horribile do ano anterior.

 O eterno e cada vez mais omnipotente chanceler de Sancho, Mestre Vicente, é enviado em missão à Cúria pontifícia, conseguindo assim minorar os efeitos da excomunhão sobre a autoridade de Sancho, prolongando ainda assim o seu reinado.

O isolamento político de Sancho II começa provavelmente em 1232, estando o reino com perturbações internas; Afonso de Castela entra nesse ano pelo Norte do reino em defesa de Sancho II.

Afonso, irmão mais novo de Sancho, anula em 1245 o casamento de Sancho com Mécia. Nesse mesmo ano a Bula Inter alia desiderabilia prepara a deposição de facto do monarca. O papado, através de duas Breves, aconselha Afonso, Conde de Bolonha, a partir para a Terra Santa em Cruzada e também que passe a estar na Hispânia, fazendo aí guerra ao Islão.

A 24 de Julho, a Bula Grandi non immerito depõe oficialmente Sancho II do governo do reino, e Afonso torna-se regente. Os fidalgos levantam-se contra Sancho, e Afonso cede a todas as pretensões do clero no Juramento de Paris, uma assembleia de prelados e nobres portugueses, jurando que guardaria todos os privilégios, foros e costumes dos municípios, cavaleiros, peões, religiosos e clérigos seculares do reino. Abdicou imediatamente das suas terras francesas e marchou sobre Portugal, chegando a Lisboa nos últimos dias do ano.

Em 1246, Afonso segura Santarém, Alenquer, Torres Novas, Tomar, Alcobaça e Leiria; Sancho II fortifica-se em Coimbra. A Covilhã e a Guarda ficam nas mãos de Afonso. Sancho II procura a intervenção castelhana na guerra civil, depois da conquista de Jaén. Assim, o infante Afonso de Castela entra em Portugal por Riba-Côa a 20 de Dezembro, tomando a Covilhã e a Guarda e devastando o termo de Leiria, derrotando a 13 de Janeiro de 1247 o exército do Conde de Bolonha. Apesar de não ter perdido nenhuma das batalhas contra o seu irmão, Afonso de Castela decide abandonar a empresa, levando consigo para Castela Sancho II, visto que a pressão da Santa Sé aumentava.

Embora no Minho continuem partidários de Sancho II e fiquem no terreno as guarnições castelhanas no castelo de Arnoia (seu grande apoiante e anticlerical), o caso encontra-se perdido. Sancho II redige o seu segundo e último testamento enquanto exilado em Toledo a 3 de Janeiro de 1248, e morre a 30 desse mesmo mês. Julga-se que os seus restos mortais repousem na catedral de Toledo.

Afonso III declara-se Rei de Portugal em 1248, já após a morte do seu irmão mais velho, Sancho.

 

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